sábado, 26 de setembro de 2009

Pensamento do Dia

É dando... que se engravida!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Capítulo III : Chica se diverte e Elme reflete

Se havia motivos para uma reconciliação entre Elme e Chica, a vida se encarregou de dificultá-los.
Chica continuou sua vida normal.
Era uma mulher risonha, interessante, de pensamento rápido e razoáveis opiniões para muitos assuntos. Financeiramente independente, morava sozinha, recebia uma força de seu pai para o aluguel do apê e não aceitava nada mais do que isso. Não que o pai não pudesse, mas essa era a forma que ambos encontraram para conviver melhor. Ao ajudá-la ele lhe dava amparo, respaldo e amor e ela, ao não aceitar mais nada além disso, aumentava a admiração de seu pai por ela, ao mesmo tempo que lhe impunha limites.
Pai e filha se davam bem.

Elme ganhava menos do que Chica. Não era ambicioso. Mas como morava com os pais, tinha carro, roupa lavada-e-passada e mais dinheiro para gastar. O carro era de sua mãe mas esse era um detalhe que ele, naturalmente, ocultava.
Mais comum, eu diria, impossível.

Elme tinha uma irmã cerca de 5 anos mais nova. Ela e a mãe eram as responsáveis diretas por erguer aquele poderosíssimo ego que ele trazia consigo. Elas adoravam o irmão e o filho e diziam que ele estava cada vez mais bonito. Os três se pareciam!
Elme era inteligente, simpático e alegre. Com essas qualidades compensava sua feiúra com uma lábia sem igual. As mulheres gostavam de estar ao seu lado, ele sabia valorizá-las, “et pour cause”, não lhe faltava companhia.
Contudo era muito volúvel, ou “muito volátil”, como gostava de dizer. As mulheres que quiseram domá-lo, prendê-lo, surrupiá-lo da vida mundana se decepcionaram e, as mais ressentidas, que felizmente não eram muitas, chamavam-no de “galinha”. Houve um momento, onde algumas das “ressentidas” tentaram se unir para formar a SOCIEDADE DAS MULHERES QUE SOFRERAM COM ELME, mas acabaram brigando entre si, desconfiadas umas das outras, disputando quem tinha sofrido mais...

Logo após ter aprontado, mais uma vez com sua vizinha Chica, Elme foi encaixado na produção de um programa que o deixou fora do Rio e de circulação por quase 3 semanas.
Chica não soube disso, porque não tinham relação estabelecida para receber esse tipo de satisfação de Elme.

Nesse ínterim, ainda que ressentida, Chica não perdeu o brilho. Passarinhos e gaviões esvoaçavam em sua volta, as vezes juntos...

Chica era livre e desimpedida para suas escolhas e seguiu em frente. Curtia filmes dark.
Lia muito, quadrinhos inclusive, bebia tanto quanto os rapazes e, pelo menos uma vez por semana, exagerava no álcool. Seu apê era num prédio antigo e tinha uma banheira com cortina, ao invés de box. Não é preciso dizer que Simone de Beauvoir e Rê Bordosa estavam entre suas referências.
Chica tratava sua principal fraqueza, a baixa auto-estima, com álcool e a negação sistemática a devaneios românticos.
Elme a atraia por um jeito transverso. Ela já sacara que ele era confiante e carinhoso. Ela já vivenciara isso algumas vezes ao seu lado e sentia-se bem com essa “transfusão de auto-estima”.
O problema é que ela mesma, não queria ninguém pegajoso aos seus pés e ele, provavelmente, também não.

Enquanto isso o Elme, caiu na estrada. Longe do agito da cidade grande, longe dos bares e do ANTIGAMENTE, andou pegando geral e óbvio, encarou muita roubada.
Ao término da segunda semana , estava melancólico.
Resolveu ligar para Chica, tentando consertar a lambança.

sábado, 19 de setembro de 2009

Chica e Elme Capítulo II : Reflexões a sós


Elme Bastos custou a ver a ficha cair. Quando pensava no programa que fizera ao sair com a sua “peguete” e vizinha, Aspira Chica, valorizava todos os aspectos positivos daquela tarde/noite de domingo: o Prosseco italiano ultra gelado, a improvisação que fizeram para arrumar um balde de gelo que mantivesse a preciosa bebida à temperatura adequada, a sensacional dança indiana que Chica protagonizou, o lenço de seda dela que ele colocou por dentro de sua camisa de gola, a pose de galã que fez deixando-o a cara do Bahuan, a Chica teimando que quem usava lenço na novela era o Radji enfim, muitas lembranças agradáveis para um desfecho mal humorado da Chica.
Elme demorou mas entendeu, finalmente, que poderia ter sido melhor confessar naquele dia, que estava no ULTRAVERMELHO de seu cheque especial.



Chica por outro lado estava puta com ela mesma.
A questão principal era uma excessiva autocrítica por ter caído mais uma vez na conversa mole do Elme. Logo com ele, que não melhorava e volta-e-meia armava no final.
E tome enxurrada de frases feitas:”Homem é tudo igual.”, “Esse Elme é muito babaca, muito autocentrado.”, “Eu devia deixar de ser boba e voltar a sair com fulano que me valoriza.”, “Como mulher é burra!” e vai por aí a fora...

Repetia assim a dialética feminina que as deprime e não as deixa sair do lugar, eu diria.
Acontece que a vida não é reta.
Nas relações, 1 mais 1 é muito mais do que 2 e ela, mulher vivida e descolada, sabia perfeitamente disso. Na época, Chica ainda não chegara aos 30 anos.

Diferentemente do Elme, somente quando a raiva começou a passar, foi que ela deixou que as lembranças de domingo fossem se arrumando em sua cabeça, uma a uma.
Não... ela não tinha a menor idéia da procedência do Prosseco.
Ela sabia que era rosé e que o Elme havia dito que combinaria com ela.
Podia ser mentira, mas ela acolhera o comentário “com um sentimento bom”.
Quem é mulher sabe do que estou falando.
O Elme era muito engraçado, ridículo até, mas fora muito carinhoso na cama, soubera conduzi-la, soubera esperá-la e o sexo fora de fato muito bom, não dava para negar.
Percebeu que fora ela que havia insistido para eles irem ao cinema e também para que fossem jantar, conforme combinado. Lembrou que ele tinha insistido para que ficassem no apê dela, que pedissem uma pizza e certamente aí, ele bancaria.
Não havia dúvida, de puta com ele passou a se sentir culpada!
Sua convicção, tola eu diria, vinha do fato dele ter pago o táxi e o cinema.
Acabou imaginando que ele, por vergonha, não quisesse confessar para ela que não tinha dinheiro para bancar tudo.
Ela sabia que homem tem um monte de dificuldades com isso, mas no dia, na hora, ela se sentiu usada, manipulada e ficou $#@&!!! com ele.

Esse pensamento feminista de que a mulher precisa se dar valor, mais uma vez atrapalhara sua vida, que poderia ter seguido mais leve, pelo menos ... pelo menos naquele encontro com o Elminho.
Foi procurar a foto que tinha do Elme na festa a fantasia onde se divertiram até....
Ela fizera muito sucesso, fantasiada de Rê Bordosa aliás, bebera todas!
Mas o Elme, aliás Radji, aliás Antonio Banderas, aliás punk..., sem comentários!

Chica saíra da trincheira-do-auto-patrulhamento-intelectual-feminista e agora, as boas lembranças do encontro estavam aflorando em sua cabeça, sem controle.

Aureliano Mailer é um observador da alma humana e o Elme, seu amigo, contou-lhe parte dessa estória...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Aspira Chica ameaça Elme e desabafa: Homem é uma droga



Amigas, eu xinguei e eu ameacei falar para todo mundo que o bonitão do ... já falhou algumas vezes.
Joguei sujo, fazer o que?
Pois, não são eles que dizem que os fins justificam os meios?
Pois é, logo eu que aturo o Elme com aquele ego todo, que mal cabe no meu apê.
Logo eu que preciso lembrar toda manhã, com ou sem ressaca, que ele ao sair para o trabalho, precisa levar o ego junto.

Pois bem, o f.d.p do Elme há dias que não dava as caras.
Aí, me liga na tarde de sábado, cheio de conversa dizendo que queria me levar ao cinema e que depois me levaria para jantar, à luz de velas.
A babaca aqui, mesmo sem nenhum programa decente, tentou endurecer.
Ah, Elme não sei ... você anda meio distante ... porque você quer ir comigo?
Chica, uns amigos disseram que o filme é legal, tem um olhar feminino e é uma história de amor entre um cara sensível e uma vizinha.
Elme, eu sou sua vizinha, mas se você fosse sensível ... (aí resolvi parar!)
Não vou! – disse.
Puxa amoooorrr o nome do filme é AMANTES, eu to te chamando para ir comigo, o Bonequinho do Globo aplaude de pé.
Vaaammmoooosss????
Aí eu cedi. Tá bem eu vou, a que horas? – disse.
Bem, o filme é só às 19:30 mas como ainda são 16:00, eu tava pensando em ir pra aí mais cedo. Tô com uma garrafa geladíssima de espumante italiano, você tem aquelas taças lindas e aí a gente vê o que rola.
Tá bem, Elme, a que horas você chega?
Já estou descendo as escadas.... TRIMMMMMMM!

Bem, sem entrar em detalhes, o bichinho estava carente, o espumante era ótimo e na hora de ir ao cinema, o puto já tava querendo adiar o programa.
Fingi que não entendi e fiz o que tinha de fazer para que ele me levasse.
É, gente, fiz promessas para a volta do tal jantar, fazer o que?





Bem, o filme é muito bom. Tem uma mulher, a tal vizinha, que faz gato e sapato do cara que é bem maneiro e, eu não vou contar o final para não estragar.

Saímos. E eu ainda sem entender o convite do Elme para um filme meio feminista.
Perguntei-lhe em qual restaurante ele ia me levar, com expectativas compatíveis com o que rolava até ali, não vou negar.
Ele me disse para escolher, que era eu que sabia, blá, blá, blá ...

O jantar foi legal, eu perguntei-lhe o que havia mudado para ele se reaproximar.
Ele desconversou.
Falamos sobre o filme e perguntei-lhe sobre o que tinha mais gostado.
Ele disse que tinha gostado do final, que o cara tinha dado a volta por cima ...
O que me encheu de raiva.
Veio a conta.
E o puto estava sem talão de cheques, sem cartões e sem dinheiro, como de hábito!
O restaurante era fino e eu não fiz baixaria.

Dormi sozinha, mas obriguei-o a me dar a senha de acesso a esse blog: Homem é uma droga e o Elme, volta e meia, não diz ao que veio... rs, rs, rs, rs

Aureliano Mailer repreendeu o Elme com severidade, avisou que está abrindo um blog com o seu velho amigo Sá e que não quer baixaria com a Aspira Chica.
O novo blog é
http://assaz51.blogspot.com/