segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Capítulo III : Chica se diverte e Elme reflete

Se havia motivos para uma reconciliação entre Elme e Chica, a vida se encarregou de dificultá-los.
Chica continuou sua vida normal.
Era uma mulher risonha, interessante, de pensamento rápido e razoáveis opiniões para muitos assuntos. Financeiramente independente, morava sozinha, recebia uma força de seu pai para o aluguel do apê e não aceitava nada mais do que isso. Não que o pai não pudesse, mas essa era a forma que ambos encontraram para conviver melhor. Ao ajudá-la ele lhe dava amparo, respaldo e amor e ela, ao não aceitar mais nada além disso, aumentava a admiração de seu pai por ela, ao mesmo tempo que lhe impunha limites.
Pai e filha se davam bem.

Elme ganhava menos do que Chica. Não era ambicioso. Mas como morava com os pais, tinha carro, roupa lavada-e-passada e mais dinheiro para gastar. O carro era de sua mãe mas esse era um detalhe que ele, naturalmente, ocultava.
Mais comum, eu diria, impossível.

Elme tinha uma irmã cerca de 5 anos mais nova. Ela e a mãe eram as responsáveis diretas por erguer aquele poderosíssimo ego que ele trazia consigo. Elas adoravam o irmão e o filho e diziam que ele estava cada vez mais bonito. Os três se pareciam!
Elme era inteligente, simpático e alegre. Com essas qualidades compensava sua feiúra com uma lábia sem igual. As mulheres gostavam de estar ao seu lado, ele sabia valorizá-las, “et pour cause”, não lhe faltava companhia.
Contudo era muito volúvel, ou “muito volátil”, como gostava de dizer. As mulheres que quiseram domá-lo, prendê-lo, surrupiá-lo da vida mundana se decepcionaram e, as mais ressentidas, que felizmente não eram muitas, chamavam-no de “galinha”. Houve um momento, onde algumas das “ressentidas” tentaram se unir para formar a SOCIEDADE DAS MULHERES QUE SOFRERAM COM ELME, mas acabaram brigando entre si, desconfiadas umas das outras, disputando quem tinha sofrido mais...

Logo após ter aprontado, mais uma vez com sua vizinha Chica, Elme foi encaixado na produção de um programa que o deixou fora do Rio e de circulação por quase 3 semanas.
Chica não soube disso, porque não tinham relação estabelecida para receber esse tipo de satisfação de Elme.

Nesse ínterim, ainda que ressentida, Chica não perdeu o brilho. Passarinhos e gaviões esvoaçavam em sua volta, as vezes juntos...

Chica era livre e desimpedida para suas escolhas e seguiu em frente. Curtia filmes dark.
Lia muito, quadrinhos inclusive, bebia tanto quanto os rapazes e, pelo menos uma vez por semana, exagerava no álcool. Seu apê era num prédio antigo e tinha uma banheira com cortina, ao invés de box. Não é preciso dizer que Simone de Beauvoir e Rê Bordosa estavam entre suas referências.
Chica tratava sua principal fraqueza, a baixa auto-estima, com álcool e a negação sistemática a devaneios românticos.
Elme a atraia por um jeito transverso. Ela já sacara que ele era confiante e carinhoso. Ela já vivenciara isso algumas vezes ao seu lado e sentia-se bem com essa “transfusão de auto-estima”.
O problema é que ela mesma, não queria ninguém pegajoso aos seus pés e ele, provavelmente, também não.

Enquanto isso o Elme, caiu na estrada. Longe do agito da cidade grande, longe dos bares e do ANTIGAMENTE, andou pegando geral e óbvio, encarou muita roubada.
Ao término da segunda semana , estava melancólico.
Resolveu ligar para Chica, tentando consertar a lambança.

3 comentários:

Layla Raivosa disse...

Elme, vc é todo errado, sujeito! Teria de nascer de novo pra dar certo e vem falar que a Chica é ressentida? Como pode???
Pegou geral? Hahahahahaha, imagino o que vc andou pegando...
Agora, Aureliano é mto seu amigo e é outro mal ajambrado na vida.
Que dupla!!!

bia disse...

Ai, gente, ainda bem que sairemos do Antiga... Elme e Aureliano, ô dupla!
Vamos fugir, desse lugar, baby, vamos fugiiiiiirrrr!!!

Lady Shady disse...

Vamos fugiiiiiiirrrr!!!!!!
haha